O EGO
- Susana Gandarela
- 31 de mai. de 2022
- 1 min de leitura

Gastamos tanta força na construção dos nossos casulos que não nos sobra folego para sair deles.
Esses casulos são tecidos pelos nossos próprios desejos, crenças, instintos, vontades e atitudes, além dos bens materiais que conquistamos ou pelos quais aprendemos a lutar.
O ego é o interface que nos ajuda a agir no mundo. A príncipio, não há nada de errado com ele, o grande problema é que nos identificamos com ele a tal ponto que acabamos por perder de vista a nossa essência e a nossa própria razão de viver.
Quando essa identificação total com o ego acontece, acabamos por nos perceber como entidades separadas da existência e da criação. Dessa forma, passamos a ver o mundo unicamente em termos de objetos pelos quais podemos sentir apego ou aversão (rága e dvesá).
Assim, a nossa vida transcorre numa troca incessante de estados anímicos que refletem esses dois pólos.
A palavra usada pelos yogis para designar o ego é ahamkára, que significa o eu-fazedor, deriva dos termos aham, eu, e kára, fazer.
O ahamkára designa aquele princípio da individualidade que acredita estar a fazer e que age no mundo de acordo com essa visão da separação: “eu-fazedor aqui estou fazendo e não preciso de mais nada nem ninguém”.
A raiz da ditadura do ego é a igonrância, avidyá, quando a ignorância desaparece, o ego passa a ocupar o lugar que lhe corresponde.
Resumindo, quando se esvai a falsa identificação da alma com o ego, tornamo-nos aquilo que sempre fomos: O puro ser, incondicionado, feliz e pleno, a aniquilação dessa falsa identidade chama-se samádhi, que em sanscrito significa concentração intensa.
Commentaires