SIM E NÃO
- Susana Gandarela
- 12 de ago. de 2022
- 2 min de leitura

Um sim sempre é também um não, e um não sempre é também um sim, pois quando dizemos sim a algo, estamos dizendo não a outro e, quando dizemos não a algo, estam
os dizendo sim a outro.
Quando um casal se dá o sim, diz não a todos os demais parceiros possíveis. Este sim está aqui direcionado a uma consumação, a uma ação. Exclui uma ação contrária à ação afirmada. Por isso, limitamos a nossa liberdade de ação por meio desse sim. No entanto, há um ganho correspondente que nos faz esquecer essa limitação.
Para nós, o que é a liberdade sem um sim? Essa liberdade só existe até nos decidirmos por algo. Sem uma decisão, ou seja, sem um sim, a liberdade é vazia. O que lucraríamos com a liberdade, se não a utilizássemos para um sim e para uma consumação correspondente a esse sim?
Algo semelhante ocorre com o não. Com o não, excluímos um sim e uma consumação correspondente ao sim. O não nega-se a agir. No entanto, após o não, temos liberdade para decidir por algo novo ou diferente.
Através do não, ressalvamos a nossa liberdade para um diferente sim. O não é como uma preparação para um diferente sim.
Sem um novo sim e uma ação correspondente ao novo sim, o não permanece vazio, semelhante à liberdade.
Mesmo se dissermos sim, podemos decidir de novo. Essa nova decisão dá continuidade ao sim.
Também podemos voltar a dizer não àquilo que antes havíamos afirmado e com isso ganhamos a liberdade para um outro sim e para uma outra ação. Pelo menos parece ser assim.
Porém, quando se trata de coisas essenciais, as possibilidades para um novo sim estão limitadas.
Um excesso de sim acaba por atuar como um não. Limita nossas possibilidades, pois os outros não confiam mais no nosso sim.
Algo semelhante acontece também com um excesso de não. No final, ambos os excessos nos tornam solitários.
"Liberados somos concluídos" - Bert Hellinger (pai das constelações familiares)
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